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Por Miguel Nascimento / 8 min de leitura
Quem possui uma empresa no Simples Nacional, sabe muito bem que os impostos representam um percentual importante das suas despesas. Mas afinal, como realiza o cálculo do DAS do Simples Nacional, se essa for a sua dúvida, fique comigo!!!!
O cálculo do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) é uma tarefa essencial para empresas que aderiram a esse regime tributário simplificado no Brasil. Trata-se de um procedimento que demanda atenção e precisão, já que o DAS é o documento utilizado para o pagamento unificado de impostos federais, estaduais e municipais. Assim, neste guia, exploraremos detalhadamente como realizar o cálculo do DAS no Simples Nacional, fornecendo informações cruciais para empresários e contadores que desejam cumprir suas obrigações fiscais de maneira eficiente e dentro das normas estabelecidas.
Portanto, um dos principais custos das empresas optantes pelo regime tributário Simples Nacional é o imposto chamado “DAS – Documento de Arrecadação do Simples Nacional”.
Antes de iniciarmos a explicação do cálculo, vamos explicar brevemente algumas mudanças que ocorreram no Simples Nacional:
Legislação: A Lei Complementar 150/2016, alterou em alguns pontos da Lei Complementar 123/2006.
Receita Bruta Anual: O limite da Receita Bruta Anual mudou de R$ 3,6 para R$ 4,8 milhões.
Cálculo: O método de cálculo pela alíquota única deixará de existir. Na nova metodologia, as alíquotas foram aumentadas, porém possuem um desconto fixo, como explicaremos adiante.
O primeiro passo para saber qual o valor do imposto que você pagará, é identificar em qual o anexo o CNAE da sua empresa está enquadrado.
Consultando o seu CNAE
Então, para consultar o cnae da sua empresa, siga os seguintes passos:
2.1) Acesse o link: Consultar CNPJ
2.2) Digite o seu CNPJ (sem pontos ou barra) e os caracteres de imagem e clique em “Consultar”
2.3) Na próxima tela será gerado o seu CNPJ e no campo “CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA PRINCIPAL” e “CÓDIGO E DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICAS SECUNDÁRIAS” você identificará o(s) seu(s) cnae(s). Vale lembrar que apenas as empresas portadoras mais de um cnae possuem atividades secundárias.
Identificado o seu cnae, você precisa descobrir em qual anexo o seu cnae está enquadrado. Existem alguns sites e softwares que fazem isso. Nós utilizamos uma empresa terceira que nos auxilia, se quiser saber o seu, só nos perguntar na seção de comentários, responderemos com maior prazer.
O Simples Nacional, possui 5 anexos e estão segregados da seguinte forma:
Receita Bruta em 12 meses (em R$) | Alíquota | Valor a Deduzir (em R$) |
Até R$ 180 mil | 4,00 % | – |
De R$ 180.001 até R$ 360.000 | 7,30 % | R$ 5.940,00 |
De 360.000,01 a 720.000,00 | 9,50 % | R$ 13.860,00 |
De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 10,70 % | R$ 22.500,00 |
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 14,30 % | R$ 87,300,00 |
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 19,00 % | R$ 378.000,00 |
Receita Bruta em 12 meses (em R$) | Alíquota | Valor a Deduzir (em R$) |
Até R$ 180 mil | 4,50 % | – |
De R$ 180.001 até R$ 360.000 | 7,80 % | R$ 5.940,00 |
De 360.000,01 a 720.000,00 | 10,00 % | R$ 13.860,00 |
De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 11,20 % | R$ 22.500,00 |
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 14,70 % | R$ 85.500,00 |
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 30,00 % | R$ 720.000,00 |
Receita Bruta em 12 meses (em R$) | Alíquota | Valor a Deduzir (em R$) |
Até R$ 180 mil | 6 % | – |
De R$ 180.001 até R$ 360.000 | 11,20 % | R$ 9.360,00 |
De 360.000,01 a 720.000,00 | 13,50 % | R$ 17.640,00 |
De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 16,00 % | R$ 35.640,00 |
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 21,00 % | R$ 125.640,00 |
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 33,00 % | R$ 648.000,00 |
Receita Bruta em 12 meses (em R$) | Alíquota | Valor a Deduzir (em R$) |
Até R$ 180 mil | 4,5 % | – |
De R$ 180.001 até R$ 360.000 | 9,00 % | R$ 8.100,00 |
De 360.000,01 a 720.000,00 | 10,20 % | R$ 12.420,00 |
De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 14,00 % | R$ 39.780,00 |
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 22,00 % | R$ 183.780,00 |
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 33,00 % | R$ 828.000,00 |
Receita Bruta em 12 meses (em R$) | Alíquota | Valor a Deduzir (em R$) |
Até R$ 180 mil | 15,5 % | – |
De R$ 180.001 até R$ 360.000 | 18,00 % | R$ 4.500,00 |
De 360.000,01 a 720.000,00 | 19,50 % | R$ 9.900,00 |
De 720.000,01 a 1.800.000,00 | 20,50 % | R$ 17.100,00 |
De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 | 23,00 % | R$ 62.100,00 |
De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 | 30,50 % | R$ 540.000,00 |
Por fim, após identificado qual anexo do Simples Nacional a sua empresa utilizará, devemos realizar o cálculo da alíquota que será aplicável ao faturamento da competência que está realizando o cálculo do DAS. Utilizamos a seguinte fórmula (conforme artigo 18 – § 1º da Lei Complementar 123/2006) :
RBT12 x Aliq – PD
RBT12
RBT12: Receita Bruta Acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração
Aliq: Alíquota nominal constante dos Anexos I a V da Lei Complementar 123/2006 (conforme quadros acima)
PD: Parcela a deduzir constante dos Anexos I a V da Lei Complementar 123/2006 (conforme quadro acima)
Vamos supor que você possui uma corretora de seguros, e no período de 05/2017 a 05/2018 sua empresa faturou R$ 250.000,00 e em 06/2018 faturou R$ 20.000,00. Um dos seus sócios gostaria de saber qual será o valor do seu DAS de competência Junho/2018 (lembrando que a data de pagamento do DAS é todo dia 20 do mês subsequente, sendo assim, o DAS de Junho de 2018, deverá ser pago em 20 de Julho de 2018).
Após realizarmos os passos descritos nos itens 1 e 2 acima, identificamos que corretores seguros, utilizam o seguinte cnae:
6622-3/00 – Corretores e agentes de seguros, de planos de previdência complementar e de saúde
Assim, identificamos que o cnae acima está enquadrado no Anexo III (Artigo 18, § 5º-F, da Lei Complementar nº 123/2006).
250.000 x 11,20% – 9.360 = 7,46%
250.000
RBT12: Receita Bruta Acumulada nos doze meses anteriores ao período de apuração
Aliq: Alíquota nominal constante dos Anexos I a V da Lei Complementar 123 (conforme quadros acima)
PD: Parcela a deduzir constante dos Anexos I a V da Lei Complementar 123 (conforme quadro acima)
Enfim, vamos efetuar o valor do DAS:
DAS = Faturamento Mensal x Alíquota DAS = 20.000 x 7,46% = R$ 1.491,20
Curiosidade sobre a Guia DAS:
Curiosamente, a Guia de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) foi introduzida em 2007 no Brasil como parte de um esforço de simplificação e unificação tributária. Assim, com a DAS, os empreendedores puderam pagar todos os impostos federais, estaduais e municipais em um único documento, proporcionando uma considerável redução da burocracia e tornando a gestão tributária mais eficiente. Portanto, desde sua implementação, a DAS tem sido uma ferramenta crucial para empresas que buscam simplificar suas obrigações fiscais e focar no crescimento de seus negócios.
Todavia, neste guia, apresentamos o passo a passo necessário para realizar esse cálculo de forma adequada, levando em consideração os fatores que influenciam a apuração dos impostos. Assim, a compreensão desse processo é crucial para garantir o cumprimento das obrigações fiscais e evitar problemas com as autoridades tributárias.
Portanto, ao seguir as diretrizes apresentadas aqui, as empresas podem garantir um gerenciamento financeiro mais eficiente e em conformidade com as leis fiscais em vigor no Brasil.
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